Imagens captadas por satélites sul-coreanos mostraram que Rússia e Coreia do Norte iniciaram a construção de uma inédita ponte rodoviári...
Imagens captadas por satélites sul-coreanos mostraram que Rússia e Coreia do Norte iniciaram a construção de uma inédita ponte rodoviária sobre o rio Tumen, na fronteira entre os dois países. A estrutura, quando concluída, será a primeira ligação rodoviária direta entre os territórios russo e norte-coreano, ampliando significativamente o fluxo comercial e turístico na região. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).
Edição: Anderson Miranda | Tribuna do Brasil
As fotos, divulgadas pela empresa sul-coreana SI Analytics, revelam uma estrutura amarela, aparentemente um dos pilares da ponte, já posicionada sobre o gelo que cobre o rio nesta época do ano. Além disso, materiais de construção foram avistados em uma área próxima à margem russa, indicando que a obra avança rapidamente. Os trabalhos no lado russo começaram com menos de 300 metros da margem do rio, enquanto na margem norte-coreana já está em andamento a preparação do acesso rodoviário.
Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, setembro de 2023 (Foto: kremlin.ru)
A nova ponte, cuja construção foi encomendada pelo governo russo com previsão de conclusão para 31 de dezembro de 2026, está sendo executada sob coordenação direta de Moscou. Apesar do longo prazo de entrega, o início das obras durante o rigoroso inverno da região sugere uma tentativa do governo russo de demonstrar progresso acelerado no projeto, possivelmente por ordens diretas do presidente Vladimir Putin.
Especialistas destacam que a ponte poderá ter impactos importantes na economia norte-coreana. Para a pesquisadora Joung Eunlee, do Instituto Coreano para Unificação Nacional, em Seul, “rotas terrestres podem transportar muito mais logística e pessoas do que ferrovias”, o que poderia gerar um grande aumento na circulação de mercadorias e visitantes. A ponte, segundo ela, representaria uma vantagem logística inédita para Pyongyang.
Por outro lado, há quem veja a obra como uma recompensa da Rússia à Coreia do Norte pelo fortalecimento da parceria entre os países. Kim Young-hee, do Instituto de Estudos Norte-Coreanos da Universidade Dongguk, ressaltou que os impactos econômicos podem ser limitados. “Ainda que exista efeito econômico, é provável que Pyongyang continue negociando principalmente com Beijing,” afirmou a pesquisadora, indicando que as vantagens da nova conexão podem ser menos relevantes do que parecem à primeira vista.
Para Pyongyang, uma vantagem destacada pela SI Analytics é o enfraquecimento das sanções ocidentais, inclusive no que tange ao programa nuclear norte-coreano. Em termos geopolíticos, pode dar a Moscou uma vantagem na concorrência com Beijing por maior influência regional, embora os dois governos seja aliados.
“A crescente dependência da Coreia do Norte em relação à Rússia devido à construção desta ponte pode colidir com os interesses da China. A resposta da China será um fator crucial a ser observado, pois tem o potencial de remodelar o equilíbrio de poder no nordeste da Ásia”, disse a SI Analytics.
Fonte: areferencia.com
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