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Alemanha se rearma para reduzir a dependência dos EUA e enfrentar a ameaça russa na Europa

A   Alemanha   vem adotando uma postura militar cada vez mais incisiva diante do cenário geopolítico incerto. Com os   EUA   sob o governo d...

A Alemanha vem adotando uma postura militar cada vez mais incisiva diante do cenário geopolítico incerto. Com os EUA sob o governo de Donald Trump gradualmente se afastando dos aliados e pressionando a Ucrânia a ceder na guerra contra a Rússia, Berlim vê a necessidade urgente de se armar. O novo governo alemão, que deve ter Friedrich Merz como chanceler, aposta em um massivo investimento militar para reduzir a dependência de Washington e fortalecer a capacidade de defesa não apenas do país, mas de toda a Europa.

O mais recente plano de expansão da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, prevê 500 bilhões de euros em equipamentos, incluindo mais blindados, sistemas de defesa aérea, navios de guerra, drones e inteligência artificial, de acordo com a revista Forbes.

A medida, aprovada pelo parlamento nesta semana, complementa um fundo já estabelecido pelo governo anterior e faz parte de um movimento estratégico para aumentar a presença militar da Alemanha no leste europeu, especialmente em países como a Lituânia, que compartilham fronteira com a Rússia.

A decisão alemã reflete uma mudança de postura em relação à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Durante décadas, a segurança da Europa esteve atrelada ao compromisso dos EUA, mas a aproximação de Trump com Moscou e a incerteza sobre o futuro da aliança obrigaram os líderes europeus a repensarem sua estratégia.

Helipcóptero das Forças Armadas da Alemanha (Foto: Bundeswehr/divulgação)

O conceito de “independência estratégica” foi defendido por Merz como um dos pilares da nova política de defesa alemã. “A Europa não pode mais depender apenas dos Estados Unidos para sua segurança”, afirmou o provável novo chanceler, que ainda trabalha para formar uma coalizão que o efetive no governo federal.

Entre as prioridades do novo orçamento militar estão tecnologias avançadas, como sistemas de comunicação segura, guerra eletrônica e vigilância por satélites, além do reforço de tropas. O objetivo é aumentar o efetivo da Bundeswehr em pelo menos 20 mil soldados e posicionar um contingente permanente na Lituânia, onde o risco de agressão russa preocupa autoridades da União Europeia (UE). Caso a Ucrânia perca a guerra, a Alemanha e seus aliados poderiam ser a última linha de defesa contra Moscou.

A fragilidade militar alemã

Em fevereiro, a rede Deutsche Welle (DW) destacou a opinião de especialistas de que as defesas alemãs conseguiriam resistir por apenas alguns dias em caso de um ataque. Um alerta que expôs as consequências de décadas de austeridade fiscal que afetaram a Bundeswehr.

O ex-chanceler Olaf Scholz chegou a anunciar uma injeção de 100 bilhões de euros em um fundo especial criado após o início da guerra da Ucrânia, em 2022. Mas o valor não bastaria para mudar o cenário, levando a coalizão liderada por Merz a aprovar o novo aporte nesta semana.

Em 2024, o orçamento de defesa da Alemanha ficou em pouco menos de 52 bilhões de euros, somado a 20 bilhões de euros do fundo especial. O país também assumiu gastos adicionais com o apoio militar à Ucrânia, totalizando 90,6 bilhões de euros em despesas de defesa, o que permitiu atingir a meta da Otan de destinar 2% do PIB (produto interno bruto) à área, um feito inédito nos últimos anos. Pouco, porém, dentro do cenário atual e na comparação com o padrão histórico.

Durante a Guerra Fria, a Alemanha investia em média 3% do PIB em defesa, chegando a 4,9% em 1963. Hoje, esse nível parece impraticável diante das restrições fiscais. O novo governo, porém, parece disposto a mudar esse cenário nos próximos anos.

Países europeus em alerta máximo

Na Europa, a movimentação não se limita à Alemanha. A Estônia anunciou um aumento no orçamento militar para 5% do PIB (produto interno bruto), enquanto o Reino Unido e a França discutem a criação de uma força especial para garantir a segurança da Ucrânia caso um cessar-fogo seja firmado.

Nesta semana, igualmente usando a ameaça russa como justificativa, a Polônia e os países bálticos – Letônia, Lituânia e Estônia – também anunciaram a decisão de se retirar do Tratado de Ottawa, importante acordo internacional que proíbe o uso de minas terrestres.

Conforme relato da rede BBC, as quatro nações emitiram um comunicado conjunto destacando que, desde que aderiram ao tratado, houve uma “piora significativa” na segurança regional, o que tornou necessário garantir mais “flexibilidade e liberdade de escolha” a suas tropas para defender a fronteira oriental da Otan.

Os quatro ministros da Defesa afirmaram que a saída do acordo é também um recado político ao Kremlin: “Com esta decisão, estamos enviando uma mensagem clara: nossos países estão preparados e podem usar todas as medidas necessárias para defender nosso território e nossa liberdade”.

Por sua vez, o presidente francês Emmanuel Macron vem fortalecendo o discurso convocou discussões com outros líderes sobre o reforço da defesa continental. A proposta, porém, parece insuficiente para algumas nações, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse considerar inclusive a possibilidade de que seu país adquira suas próprias armas nucleares.


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