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Crédito deverá ter crescimento menor em 2025, de 9%, projeta primeira Pesquisa Febraban de Expectativas

No campo fiscal, a pesquisa dos bancos registra que, para 66,7% dos entrevistados, o pacote aprovado no Congresso deve ter uma economia entr...

No campo fiscal, a pesquisa dos bancos registra que, para 66,7% dos entrevistados, o pacote aprovado no Congresso deve ter uma economia entre R$ 40 bi e R$ 55 bi nos próximos dois anos



O crédito deverá crescer 9% em 2025, com a carteira de recursos livres tendo expansão de 8,3% e a direcionada de 9,7%, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O resultado do levantamento, feito com 19 bancos entre os dias 17 e 20 de dezembro, aponta uma redução, para 2025, do ritmo de crescimento em relação à expansão da carteira de crédito de 2024, prevista para fechar em 10,5%.

Os dados de 2024 (até novembro) seguem em linha com o avanço na faixa de dois dígitos do crédito no ano, refletindo a queda dos juros no 1º semestre, os índices de inadimplência mais contidos, elevação da renda das famílias, recuperação do crédito para as empresas e novos programas públicos.

A carteira com recursos livres, entre janeiro e dezembro de 2024, deverá ficar em 10,1%, mostrando um aumento ante 9,9% da pesquisa de novembro. Ocorreram revisões positivas tanto na carteira para as famílias, como para empresas. A expectativa de alta da carteira livre para empresas também subiu de 8,5% para 8,7%, enquanto da carteira livre para famílias saiu de 11,1% para 11,3%.

A estimativa é que 2024 feche com um leve recuo na projeção de crescimento da carteira com recursos direcionados, de 11,7% para 11,4%. A queda foi puxada pela revisão negativa da expansão do crédito destinado às empresas (10,0% ante 10,7%), diante da reavaliação do impacto de alguns programas públicos. Já a expectativa de expansão do crédito direcionado destinado às famílias passou de 11,9% para 12,0%.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano.

Para 2025, porém, as projeções obtidas com a pesquisa dos bancos já refletem a piora nas expectativas quanto às condições econômicas e à política monetária, que tendem a ser bem mais apertadas ao longo do ano. Nesse sentido, a projeção para o crescimento do crédito neste ano aponta para uma acomodação, recuando de 9,3% (pesquisa anterior) para 9,0%, com revisão para baixo concentrada no crédito com recursos livres (de 9,2% para 8,3%). Já a projeção para a carteira direcionada praticamente não sofreu alteração, ficando em 9,7% (ante 9,8%).

“Começamos o ano com as expectativas de crédito recalibradas diante do cenário macroeconômico mais desafiador que se desenha, com maior aperto monetário para conter a inflação e seu reflexo direto na atividade. Ainda que a reacomodação seja natural e esperada, os números podem continuar sendo considerados positivos, com crescimento projetado de um dígito alto, próximo ao verificado em 2024. As previsões são sensíveis à evolução dos números e aos resultados da economia, e conforme o cenário fiscal ficar mais claro e os indicadores sinalizarem resultados positivos, o crédito poderá voltar à faixa de dois dígitos”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Inadimplência no crédito
Ainda de acordo com a pesquisa, a expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre aponta ligeira piora. O indicador deve fechar 2024 em 4,5%, pouco acima do nível atual, 4,3% em novembro, segundo dados do Banco Central. Para 2025, a projeção da inadimplência da carteira livre também se elevou um pouco e atingiu 4,7%, ante 4,5% na pesquisa anterior.

“Esses dados indicam que as instituições financeiras começam a ver um cenário mais negativo para a inadimplência do próximo ano e, por isso, precisamos analisar com atenção a performance das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros”, complementa Sardenberg.

Selic
A pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados (84,2%) espera que o Copom eleve a taxa Selic para além de 14,25% ao ano no atual ciclo de aperto monetário. Porém, a maioria (52,6%) espera que um novo de ciclo de flexibilização monetária se inicie ainda em 2025.

Sobre a trajetória da Selic, a expectativa para os juros se elevou novamente ante as pesquisas anteriores. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15,0% ao ano em junho de 2025.

Dólar
A expectativa para a taxa de câmbio também seguiu em alta em relação às pesquisas anteriores. No curto prazo, a expectativa é que o câmbio siga próximo do nível de R$ 6,00, mostrando apreciação ao longo do período avaliado, quando atingiria R$ 5,90 em julho de 2025.

Inflação
A maioria dos participantes (57,9%) espera que o IPCA encerre 2025 acima de 4,5%, ou seja, além do teto da meta, em função de inúmeros fatores, como a atividade aquecida, o mercado de trabalho apertado e o câmbio depreciado.

PIB
Com relação à atividade, metade dos participantes espera que o PIB cresça em torno de 2,0% em 2025, que é o consenso atual de mercado. Contudo, 27,8% dos participantes esperam um crescimento menor, diante do nível restritivo da política monetária/condições financeiras e redução dos estímulos fiscais.

Pacote de corte de gastos
No campo fiscal, a maior parte dos entrevistados (66,7%) estima que o pacote aprovado no Congresso gere uma economia entre R$ 40 bi e R$ 55 bi nos próximos dois anos.

FED
Sobre a política monetária nos EUA, 57,9% dos analistas consultados ainda esperam que o FED siga com o processo de cortes dos juros em 2025, levando as taxas para o intervalo entre 3,75% e 4,00% aa, próximo ao precificado atualmente pelo mercado.

A íntegra da pesquisa pode ser acessada neste link.

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