Com a entrada da Coreia do Norte, a guerra russo-ucraniana torna-se um desafio global e revela a necessidade urgente de apoio militar efetiv...
Com a entrada da Coreia do Norte, a guerra russo-ucraniana torna-se um desafio global e revela a necessidade urgente de apoio militar efetivo à Ucrânia
Coreia do Norte exibe dezenas de lançadores móveis de mísseis (Foto: KCNA/divulgação)
A aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte, oficializada em junho de 2024, trouxe um novo e complexo cenário à guerra russo-ucraniana. Desde então, entre 10 mil e 15 mil soldados norte-coreanos foram mobilizados para o front, elevando a escalada do conflito e transformando-o em um embate de proporções globais. Com esse reforço, a Ucrânia agora enfrenta uma realidade em que duas potências nucleares, com forças militares robustas, unem-se no campo de batalha, desafiando diretamente o Ocidente.
Analistas que enxergam a participação de tropas norte-coreanas como um sinal de "desespero" da Rússia subestimam os riscos reais. A entrada de uma força militar altamente treinada e acostumada a rígidos regimes de disciplina é um divisor de águas, uma vez que reduz as pressões internas sobre o regime de Vladimir Putin, que desde o início da guerra vinha evitando uma mobilização total de suas próprias tropas. Ao recorrer à Coreia do Norte, a Rússia consegue economizar com salários e recursos logísticos, além de garantir a adesão de uma tropa motivada por razões distintas das forças russas tradicionais.
A Coreia do Norte, cujo exército ultrapassa 1,3 milhão de soldados, vê na guerra contra a Ucrânia uma oportunidade para treinar suas tropas para futuras operações, consolidando a cooperação com a Rússia. Essa parceria já vinha sendo idealizada desde o início da invasão russa em 2022, quando conselheiros militares russos, como Valery Korovin, instigaram Pyongyang a se envolver no conflito, com a justificativa de que a experiência militar seria útil na "luta contra o imperialismo ocidental."
A atual cooperação entre Rússia e Coreia do Norte vai além da logística militar: ela evidencia a criação de um eixo autoritário que visa desmantelar a ordem global baseada no domínio ocidental. Esta aliança é sustentada por uma visão de "fortaleza sitiada" propagada pelo governo russo, que vem isolando seu povo e restringindo cada vez mais liberdades internas, à semelhança do regime norte-coreano. A retórica antiocidental e as políticas de expansão geopolítica russa, reforçadas pela propaganda oficial, visam consolidar a Rússia como potência dominante em uma nova "ordem multipolar".
O Ocidente, por sua vez, hesita em reconhecer a dimensão global desse conflito, confiando que a Ucrânia possa enfrentar sozinha essa aliança crescente. No entanto, a dependência da Ucrânia de ajuda militar moderna torna-se uma questão de sobrevivência. Especialistas alertam que o fornecimento de armamentos obsoletos, como tanques Leopard 1 e caças F-16 desatualizados, é insuficiente para garantir a paridade com as forças russas e norte-coreanas, o que torna urgente o envio de equipamentos de última geração.
Se o Ocidente espera evitar seu próprio envolvimento direto e não deseja "sangrar" no conflito, é imperativo que os ucranianos recebam armamento moderno e em larga escala, garantindo sua capacidade de resistir. O desenrolar dessa guerra determinará o futuro da segurança global e a continuidade de uma ordem que promova a liberdade e a democracia. Não se trata apenas de apoiar um país em guerra, mas de responder a uma ameaça que, a cada dia, se aproxima cada vez mais das democracias ocidentais.
Fonte: areferencia.com
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