Polícia Civil do DF ganha divisão especializada para combater o extremismo violento

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O governador Ibaneis Rocha assinou, nesta quinta-feira (21), o decreto que cria a Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (Dpcev) dentro do organograma da PCDF | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília

Nova unidade, criada por decreto do governador Ibaneis Rocha, contará com 25 policiais para prevenir e investigar ameaças de atentados no Distrito Federal

Por Emerson Tormann | Atualidade Politica

O Distrito Federal deu um passo importante no combate ao extremismo violento com a criação de uma nova divisão especializada na Polícia Civil. O governador Ibaneis Rocha assinou nesta quinta-feira (21) o Decreto nº 46.541, que institui a Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV).

O ato ocorreu no gabinete do chefe do Executivo e contou com a participação do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, do delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, e do consultor jurídico do governo, Márcio Wanderley. O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF)

A nova unidade, que ficará vinculada ao Departamento de Inteligência, Tecnologia e Gestão da Informação (DGI) da Polícia Civil, terá como foco principal o desenvolvimento de atividades de inteligência policial relacionadas à prevenção e combate ao extremismo violento na capital federal.

O decreto também estabelece a criação da Seção de Inteligência de Atos Violentos (SIAV), que funcionará no âmbito da Divisão de Inteligência Policial. As atribuições específicas de ambas as unidades serão definidas posteriormente pelo Delegado-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal.

Para garantir o pleno funcionamento das novas unidades, o governo determinou que a Polícia Civil, em conjunto com as Secretarias de Segurança Pública e de Economia, tome as providências necessárias para a implementação da estrutura organizacional e a criação dos cargos comissionados necessários.

Os recursos para o funcionamento da nova divisão serão provenientes do orçamento do Distrito Federal, já destinado à Polícia Civil. A medida representa um reforço significativo no aparato de segurança pública do DF, especialmente após os eventos que demonstraram a necessidade de maior atenção à prevenção de atos extremistas na capital federal.

O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, ressaltou a peculiaridade de Brasília como potencial alvo de ações extremistas. "Brasília tem uma situação muito peculiar, na medida em que, sendo a capital federal, acaba atraindo esse tipo de manifestação radical, muitas vezes violenta e criminosa", afirmou. "A PCDF que já tem o maior índice de solução de criminalidade em todo o país agora também expande a sua atividade nesse sentido de evitar atos de extremismo violento", acrescentou.

O delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, explicou que os profissionais receberão treinamento especializado. "Vamos criar quatro seções, uma específica para a investigação de atos violentos extremistas, outra de tecnologia, especificamente nessa área de investigação de redes sociais e de qualquer conduta que possa caminhar nesse sentido de extremismo violento", detalhou.

"Pretendemos criar um protocolo, fazer treinamento, inclusive no exterior, para que a equipe possa adquirir toda a expertise para enfrentar esse fenômeno que coloca em risco a integridade da sociedade. Nós já temos algumas ações previstas para assim que nós iniciarmos a estrutura da divisão. Nós não podemos deixar que atos extremistas coloquem em risco a democracia, o Estado democrático de direito, integridade das pessoas e das autoridades", reforçou Carvalho.

A criação da DPCEV é uma resposta do Governo do Distrito Federal aos recentes episódios de violência, como as explosões registradas na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13). A população poderá colaborar com denúncias, que serão investigadas pela nova divisão.

A iniciativa visa fortalecer a capacidade investigativa e preventiva das forças de segurança do Distrito Federal, contribuindo para a manutenção da ordem pública e a proteção da sociedade contra ameaças extremistas.