As mudas são trazidas pela comunidade e a manutenção do local...
As mudas são trazidas pela comunidade e a manutenção do local fica a cargo da equipe de jardinagem | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF |
Implementada em março, iniciativa produz mais de 70 plantas medicinais e alimentícias de forma comunitária e sustentável
Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader
Pacientes, servidores, gestores e membros da comunidade participaram, na manhã desta sexta-feira (28), da terceira colheita do horto agroflorestal medicinal biodinâmico (HAMB) do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Implementado em março deste ano, o espaço produz cerca de 70 variedades, entre plantas medicinais, nativas, aromáticas e comestíveis, de forma comunitária, solidária, segura, saudável e sustentável. Durante a colheita, os participantes também desfrutaram de um café da manhã preparado com alimentos cultivados ali, como milho, cana, tomates e chás.
A iniciativa faz parte da Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB), fruto da parceria entre a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz Brasília (Fiocruz). O conceito envolve a recuperação de áreas ambientais degradadas por meio do cultivo de alimentos e plantas medicinais com base na agricultura biodinâmica e da antroposofia, relacionadas a uma visão de saúde ampla e integral.
"Nós temos uma horta orgânica que produz alimentos e também fitoterápicos. Sempre que tem uma nova colheita, convidamos as pessoas para participarem e conhecerem o projeto", explica a superintendente do HUB, Elza Noronha.
Nos intervalos entre uma produção e outra, ainda são realizadas atividades para promover a integração da comunidade. "Sempre na sexta-feira de manhã, as pessoas podem vir e fazer os tratos culturais. Nesses encontros, fazemos os movimentos de cuidado da horta. Embora tenhamos uma equipe específica para isso, abrimos a oportunidade para que todos coloquem a mão na terra, literalmente", relata Noronha.
As sementes e mudas foram introduzidas pela parceria entre a referência técnica distrital de plantas medicinais e fitoterapia da SES-DF e o Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília, que promoveu a manutenção do local juntamente com a equipe de jardinagem coordenada pelo setor de hotelaria hospitalar do HUB.
O horto agroflorestal do HUB foi implementado em março e produz mais de 70 plantas medicinais e alimentícias de forma comunitária e sustentável |
"A formação teve uma parte teórica e outra prática. Nós limpamos o terreno, mexemos com a terra e adubamos. Quem trouxe as primeiras sementes foram os instrutores, mas hoje são os nossos próprios funcionários que renovam a produção", relata a chefe do setor de hotelaria hospitalar do HUB, Maria da Conceição Portela.
Benefícios
O cultivo faz sucesso no hospital. "Nós abraçamos esse projeto com muito amor e carinho porque sabíamos que ele daria um retorno muito bom para nosso funcionário e para o paciente, em especial o da unidade de saúde mental", comenta Maria da Conceição.
O horto agroflorestal do HUB foi implementado em março e produz mais de 70 plantas medicinais e alimentícias de forma comunitária e sustentável |
Para a terapeuta ocupacional e servidora da enfermaria da unidade de saúde mental do HUB, Helenice Assis, o contato com a terra é um dos principais benefícios. "A maioria das pessoas tem uma ligação com a terra, tem um quintal em casa, costuma plantar. Poder vir aqui no período de internação e colher é uma oportunidade de conectar as pessoas com as origens", destaca.
Sobre a RHAMB
A Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB) faz parte do escopo das Práticas Integrativas em Saúde (PIS) da SES-DF. Atualmente, no DF, existem 15 HAMBs distribuídos nas sete Regiões de Saúde. Todos os HAMBs receberam implantação de cultivos em regime biodinâmico, aproveitando recursos presentes no local, sem adubos sintéticos ou agrotóxicos. Além disso, os HAMBs agregam o conceito dos sistemas agroflorestais sucessionais, promovendo biodiversidade e sustentabilidade do processo ao longo do tempo e com participação comunitária, fortalecendo o vínculo com a comunidade.
*Com informações da Secretaria de Saúde
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