Diante das preocupações com possíveis quebras nas safras de soja e milho, especialista em agronegócio destaca que recursos adicionais benefi...
Diante das preocupações com possíveis quebras nas safras de soja e milho, especialista em agronegócio destaca que recursos adicionais beneficiarão os produtores na adoção de tecnologias e estratégias para mitigar perdas.
O anúncio do BNDES sobre a disponibilização de mais R$ 3 bilhões para operações de crédito no âmbito do Plano Safra 2023/2024 traz alívio para os produtores rurais diante das expectativas de quebra nas safras de soja e milho. O especialista em agronegócio, Charles Dayer, destaca que esses recursos extras permitirão que os agricultores invistam em tecnologia e estratégias que possam minimizar os impactos das adversidades climáticas.
Por Brasil 61
A oferta de mais R$ 3 bilhões para operações de crédito no âmbito do Plano Safra 2023/2024 – anunciada pelo BNDES na última semana – é uma boa notícia para os produtores rurais em meio às expectativas de quebra das safras da soja e do milho, principais itens da pauta agrícola do país. A análise é de Charles Dayer, especialista em agronegócio.
"A gente teve um problema de chuvas irregulares. Ano que vem, talvez a gente continue enfrentando esse problema. Se o agricultor tem recurso para planejar melhor o seu plantio, isso pode favorecer que a quebra de safra seja menos impactada, porque ele se preparou para isso investindo em mais tecnologia ou na qualidade dos grãos", avalia.
Dayer lembra que produtores rurais de todos os portes têm acesso aos recursos do Plano Safra. Os agricultores podem usar as linhas de crédito para suprir diferentes demandas da produção, como o custeio de atividades periódicas da lavoura ou o investimento em máquinas, equipamentos e armazéns, por exemplo.
Se bem usados, os recursos impactam positivamente a produtividade da agricultura brasileira, isto é, consegue-se colher mais sem aumentar o espaço de plantio. "A grosso modo, o Plano Safra atua em toda a cadeia, do berço ao túmulo, desde a aquisição da semente e todos os setores envolvidos na produção de agrotóxicos, fertilizantes, máquinas agrícolas, até o produto final acabado, que seria o grão em si ou o legume", explica o engenheiro agrônomo.
O economista Luigi Mauri destaca que o agronegócio tem sido cada vez mais importante no desempenho da economia brasileira. O crescimento observado no ano passado, segundo ele, deve-se, em boa parte, aos resultados obtidos pelo setor, especialmente no primeiro trimestre, período em que o PIB brasileiro mais cresceu em 2023.
Mauri acredita que o acréscimo de recursos para o Plano Safra é parte de uma tentativa do governo de se aproximar mais do setor depois de alguns desencontros no início de mandato do presidente Lula.
"Existe uma preocupação do governo em ter um bom relacionamento com esse setor, haja vista que não é o forte, digamos assim, da atual gestão que está no governo. Então, planos como esse que incentivem o agro, subsidiem o agro, são estrategicamente importantes para a economia brasileira, para que o setor do agro, que é o setor em que nós somos mais naturalmente favorecidos, tenha um bom desempenho e influencie os resultados positivos na economia", afirma.
Plano Safra
Adotado em 2003, o Plano Safra tem como principal objetivo fomentar a produção rural brasileira. A oferta de recursos que podem ser tomados pelos produtores por meio de linhas de crédito acompanha o calendário da agricultura brasileira, que começa em julho de um ano e se encerra em junho do ano seguinte.
Para a safra 2023/2024, o governo disponibilizou cerca de R$ 364 bilhões, dos quais R$ 272 bilhões para custeio e comercialização, enquanto R$ 92 bilhões para investimentos.
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