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"Alerta Médico Sobre Uso Indiscriminado de 'Chip da Beleza' no Brasil"

"Especialistas Preocupados com Riscos dos Implantes Hormonais Usados para Emagrecimento e Estética" "Um grupo de entidades mé...

"Especialistas Preocupados com Riscos dos Implantes Hormonais Usados para Emagrecimento e Estética"


"Um grupo de entidades médicas brasileiras expressou preocupação crescente com o uso alarmante de implantes hormonais, conhecidos popularmente como 'chip da beleza', para fins de emagrecimento e estética. Esses dispositivos, que frequentemente contêm esteróides anabolizantes e não são aprovados pela Anvisa, vêm causando sérias complicações de saúde, segundo especialistas em endocrinologia, obesidade e ginecologia. Com efeitos colaterais potencialmente graves, as entidades médicas pedem à Anvisa providências urgentes para regular o uso e a manipulação desses hormônios no Brasil."


© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Chip da beleza- Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Por Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

Chamados de “chip da beleza”, os implantes são prescritos como estratégia para emagrecimento, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, redução da gordura corporal, aumento da libido e da massa muscular.  Segundo as entidades, eles podem conter inúmeras substâncias, embora normalmente sejam compostos por testosterona ou por gestrinona, um progestágeno com efeito androgênico. Combinações contendo estradiol, oxandrolona, metformina, ocitocina, outros hormônios e NADH também são produzidas.

Não aprovados pela Anvisa para uso comercial e produção industrial, os implantes hormonais são manipulados, não possuem bula ou informações adequadas de farmacocinética, eficácia ou segurança. A exceção é o implante de etonogestrel, chamado de Implanon, que é aprovado como anticoncepcional. 
Os médicos alertam que não existe dose segura para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance e os efeitos colaterais dos dispositivos podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício. 

“Casos de infarto agudo do miocárdio, de tromboembolismo e de acidente vascular cerebral vêm se tornando frequentes. Complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e infecções estão associadas ao uso dos implantes. Manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão são cada vez mais comuns”. 

As entidades pedem que a Anvisa aprimore o controle do uso de esteroides anabolizantes e regulamente a manipulação de medicamentos somente pela via de administração na qual o medicamento foi registrado. “Uma via diferente necessita de dados científicos publicados de eficácia, segurança e desfechos a longo prazo”. 

As entidades que assinam o pedido são a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). 

A Anvisa ainda não se manifestou sobre o pedido das entidades.

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