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População precisa ter o Direito de se defender se o Estado não cumpre o seu papel

**O direito à legítima defesa: um olhar sobre a realidade das armas no Brasil** *Publicado em 02/11/2023 - 02:45 Por Anderson Miranda – jorn...

**O direito à legítima defesa: um olhar sobre a realidade das armas no Brasil**

*Publicado em 02/11/2023 - 02:45 Por Anderson Miranda – jornalista do Tribuna do Brasil - Brasília*

Nos últimos anos, o debate sobre a posse e porte de armas no Brasil tem sido intensificado, principalmente quando levamos em consideração as taxas alarmantes de criminalidade em algumas regiões do país. Recentemente, uma matéria apontou o alto custo das internações relacionadas a ferimentos por armas de fogo. Mas é preciso analisar essa questão sob diferentes perspectivas, considerando também a falha do Estado em proporcionar segurança adequada à população.

Os exemplos são muitos, principalmente no Rio de Janeiro, onde o tráfico e as milícias ganharam destaque nas manchetes nacionais, expondo uma situação de vulnerabilidade e medo para os cidadãos. Em diversas situações, o criminoso busca justamente as pessoas mais vulneráveis, e é aí que entra a questão: em um cenário onde o Estado falha em sua função de proteger, não seria um direito do cidadão buscar sua própria proteção?

**Falha do Estado e a busca por segurança**


O tráfico de drogas, as milícias e outros grupos criminosos não agem apenas no Rio de Janeiro. Outras regiões do Brasil enfrentam desafios semelhantes, com cidadãos reféns de uma realidade aterrorizante. Em muitos casos, a polícia está sobrecarregada, desequipada e, por vezes, corrompida. Em um cenário assim, muitos argumentam que desarmar o cidadão é torná-lo ainda mais vulnerável.

**Desigualdades aprofundadas**


A matéria recente aponta que a maioria das vítimas de violência armada que são internadas são jovens, negras e do gênero masculino. Isso reflete uma realidade de desigualdade que vai além do debate sobre armas. É um reflexo das desigualdades socioeconômicas e raciais profundamente enraizadas no país. Portanto, o foco não deve ser apenas no instrumento (a arma), mas nas causas raízes dessas desigualdades.

**Custo e valor da vida**


O custo de R$ 41 milhões ao SUS com internações por ferimentos por arma de fogo é preocupante, sem dúvidas. Mas quanto custa uma vida? O valor de um cidadão que pode se defender de uma ameaça iminente é imensurável. Além disso, comparar o custo das internações com testes e exames pode desviar a atenção do real problema: a falha do Estado em garantir a segurança de seus cidadãos.

**Conclusão**


O debate sobre armas não pode ser reduzido a números e estatísticas. Ele deve considerar a realidade complexa e multifacetada do Brasil. Em um país com altas taxas de criminalidade e falhas do Estado em garantir a segurança, o direito à autodefesa é uma discussão válida e necessária. Enquanto trabalhamos para criar um Brasil mais seguro e justo, é essencial respeitar o direito do cidadão de escolher como se proteger.

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