Contraofensiva da Ucrânia impõe mais uma dura derrota à marinha da Rússia Um grande bombardeio realizado pela Ucrânia atingiu na quarta-feir...
Contraofensiva da Ucrânia impõe mais uma dura derrota à marinha da Rússia
Um grande bombardeio realizado pela Ucrânia atingiu na quarta-feira (13) uma base usada pela marinha da Rússia em Sebastopol, na Crimeia. Kiev alega ter atingido ao menos um navio de desembarque e um submarino, impondo assim duras perdas à frota do Mar Negro russa.
O sucesso do recente ataque ucraniano só se compara ao afundamento do Moskva, orgulho da frota russa, que veio a pique em abril de 2022. Embora Moscou insista em dizer que ele foi destruído por um incêndio que atingiu o depósito de munições, serviços de inteligência ocidentais dizem que mísseis de cruzeiro disparados pelas forças ucranianas foram responsáveis pelo afundamento da embarcação.
Desta vez, diferente das negativas no caso do Moskva, o governo russo não esconde que foi alvo de um duro ataque. Alega que a Ucrânia usou dez mísseis de cruzeiro, sete deles supostamente abatidos pelas forças de Moscou, e três drones, todos neutralizados. Diz, ainda, que duas embarcações foram atingidas, sem dar maiores detalhes.
Embarcações da marinha russa: Kiev intensifica ataques (Foto: Facebook/reprodução)
Kiev divulgou informações semelhantes sobre o resultado da operação, de acordo com o jornal Kyiv Post. “Há informações sobre ao menos a destruição de um grande navio de desembarque e de um submarino”, afirmou uma fonte da inteligência ucraniana que teve a identidade preservada. “Este é um resultado muito bom, é claro”, acrescentou.
A fonte anônima, porém, preferiu não confirmar quais armas foram usadas pelas forças armadas da Ucrânia. “Deixe o inimigo descobrir por si mesmo e estabelecer o que exatamente passa pelos seus meios de defesa antiaérea e antimísseis”, declarou.
As forças ucranianas festejam ainda o fato de a base atingida ser usada pela marinha russa como uma oficia para navios. “Este objeto era de particular importância para o inimigo, tendo em conta as possibilidades de reparação e manutenção dos navios da marinha da Federação Russa no Mar Negro”, concluiu a fonte anônima.
Mykola Oleshchuk, comandante da força aérea ucraniana, usou o Telegram para exaltar a participação de seus homens na operação. “Enquanto os ocupantes ainda se recuperam do bombardeio noturno em Sebastopol, gostaria de agradecer aos pilotos da força aérea ucraniana por seu excelente trabalho de combate! Haverá continuação…”, disse ele, dando a entender que novas ações serão realizadas.
Andriy Ryzhenko, capitão reformado da marinha da Ucrânia e hoje analista estratégico na empresa de consultoria de defesa e logística Sonata, disse à Newsweek que o ataque é “realmente impressionante, o maior desde que a guerra começou.” E completou: “É realmente desmoralizante para os militares russos e também reduz o seu potencial de combate.”
Mudança de estratégia
A lembrança do Moskva vem inevitavelmente à mente porque é ainda a maior perda naval de qualquer marinha em todo o mundo em 40 anos, desde que a argentina perdeu o cruzador General Belgrano na Guerra das Malvinas em 1982. Ele representou a primeira grande derrota da Rússia na guerra, um cenário que agora se repete com a operação em Sebastopol.
Aliás, a frota russa na Crimeia tem sido um alvo preferencial da Ucrânia, que em agosto do ano passado chegou a inutilizar parte da frota de jatos das forças armadas russas estacionados na região, graças a um ataque à base de Saky.
Diante dos seguidos reveses, o Kremlin optou por transferir importantes recursos navais para outros portos, segundo a Newsweek. A estratégia não apenas compromete as defesas russas em Sebastopol, cidade crucial para defender a Crimeia, região ucraniana invadida em 2014, como prejudica a manutenção do bloqueio naval imposto desde o fim do Acordo de Grãos do Mar Negro.
Fonte: areferencia.com
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