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O ex-procurador da República Deltan Dallagnol anunciou nesta segunda-feira (19) que não vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou seu mandato de deputado federal.
Em nota, Dallagnol disse que "não há justiça no Supremo" e que seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram seu mandato em um "exercício de futurologia".
A decisão de Dallagnol significa que ele ficará inelegível por oito anos, o período de inelegibilidade para quem é cassado pelo TSE.
Dallagnol foi cassado pelo TSE em agosto, por ter se desligado do Ministério Público Federal para se candidatar a deputado sem aguardar o resultado de um processo administrativo disciplinar contra ele.
A cassação de Dallagnol foi considerada uma vitória para os críticos da Lava Jato, que acusam a operação de ter sido parcial e de ter perseguido políticos da esquerda.
Dallagnol prova de seu próprio veneno
A decisão de Dallagnol de desistir de recurso ao STF é uma derrota para ele, que sempre se apresentou como um defensor da Justiça e da democracia.
No entanto, a decisão também pode ser vista como uma ironia, já que Dallagnol foi responsável por condenar injustamente políticos e empresários ligados ao PT, que agora comemoram sua derrota.
Dallagnol usou a Lava Jato para investigar e condenar políticos e empresários acusados de corrupção. No entanto, ele, em parceria com o ex Juiz Sérgio Moro, são acusados de parcialidade e de usar a operação para fins políticos.
Reações
A decisão de Dallagnol foi recebida com reações diversas.
Alguns políticos e juristas criticaram a decisão do ex-procurador, dizendo que ele deveria ter recorrido ao STF para tentar reverter a cassação.
Outros, no entanto, defenderam a decisão de Dallagnol, dizendo que ele teria poucas chances de vitória no STF.
O próprio Dallagnol disse que sua decisão foi tomada "com muita tristeza".
"Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje", afirmou.
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