Grupo de trabalho estuda substituição de carroças por triciclos elétricos Equipe também tem como objetivo formular políticas públicas dire...
Grupo de trabalho estuda substituição de carroças por triciclos elétricos
Equipe também tem como objetivo formular políticas públicas direcionadas a carroceiros; focos são emprego, geração de renda e educação
Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
O Governo do Distrito Federal (GDF) está trabalhando para desmobilizar o uso de veículos de tração animal. Em maio, foi criado um grupo de trabalho interinstitucional com o objetivo de formular políticas públicas para inserção socioeconômica dos carroceiros e viabilizar a substituição das carroças por tuk-tuks – triciclos elétricos usados na coleta de resíduos de construção civil (RCC).
De acordo com a Portaria Conjunta Nº 1, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em 24 de abril deste ano, a equipe terá o prazo de 60 dias para entregar propostas. A medida segue o Decreto 40.336, de 23 de dezembro de 2019, que regulamenta a Lei nº 5.756, de 14 de dezembro de 2016, sobre a proibição da circulação de veículos de tração animal em vias do DF.
O grupo é coordenado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e composto pelas secretarias de Governo (Segov), de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet), de Educação (SEE), de Relações Institucionais (Serins), de Desenvolvimento Social (Sedes), de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) e da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), além do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran).
Experiência bem-sucedida
“Com o projeto, podemos profissionalizar o carroceiro para que seja um agente ambiental, evitando o sofrimento animal e fazendo com que os materiais sejam levados para o local apropriado, que são os papa-entulhos” Silvio Vieira, presidente do SLU
Os tuk-tuks já são usados no Guará, com o projeto-piloto AutoEco Social, desenvolvido pelo SLU e em execução há cerca de um ano. Os ex-carroceiros recolhem restos de obras, galhos de árvores e móveis usados, entre outros itens, e descartam nos papa-entulhos localizados na região administrativa. Em todo o DF, há 23 equipamentos do tipo, que recebem diariamente até 1 m³ de resíduo por cidadão. Veja o endereço de cada um.
Segundo o presidente do SLU, Silvio Vieira, o grupo de trabalho estudará formas de expandir para o restante do DF o projeto que deu certo no Guará. “Pensaremos em quais medidas precisam ser tomadas para efetivamente substituirmos as carroças pelos tuk-tuks”, salienta.
“Hoje em dia, os carroceiros recolhem os resíduos em residências e descartam em áreas públicas, muitas vezes trazendo prejuízo para o meio ambiente e gerando custos altos ao SLU, que precisa recolher esses resíduos”, explica o gestor. “Com o projeto, podemos profissionalizar o carroceiro para que seja um agente ambiental, evitando o sofrimento animal e fazendo com que os materiais sejam levados para o local apropriado, que são os papa-entulhos.”
Atuação conjunta
O grupo de trabalho também vai propor formas de inserir os carroceiros no ambiente de trabalho e educacional, além de capacitá-los para a condução dos tuk tuks. “É mais uma política pública que está sendo estruturada para substituir as carroças por veículos elétricos, movidos a energia limpa, e que vai envolver as cooperativas de reciclagem e o RenovaDF; é uma iniciativa abrangente, que integra várias políticas e órgãos do governo”, avalia a secretária-executiva de Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas da Secretaria de Governo (Segov), Meire Mota.
536 Número de carroceiros cadastrados até o momento
No âmbito educacional, a chefe da Unidade de Gestão Articuladora da Educação Básica da Segov, Franciscleide Ferreira, afirma que o foco será inserir os carroceiros na Educação para Jovens e Adultos (EJA). Para tanto, haverá campanhas publicitárias em parceria com os demais órgãos e recolhimento de informações escolares dos carroceiros. “Propusemos que, no momento de cadastramento dos condutores por meio de questionário, sejam inseridos campos sobre o nível de escolarização do público”, detalha ela.
Já a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) é a responsável por qualificar e oportunizar emprego e renda para os condutores. Entre as ações estão o recadastramento, inserção nos programas de qualificação da pasta e ofertas de crédito para os trabalhadores. Até o momento, foram cadastrados 563 proprietários de veículos de tração animal.
O subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Glauco Amorim, afirma que as propostas serão vantajosas aos condutores, do ponto de vista social e econômico, mas também para a sociedade, com a redução do impacto no meio ambiente. “Os veículos elétricos utilizam energia limpa e renovável, evitando o sofrimento animal”, pontua. “Além disso, será possível promover a destinação correta dos resíduos sólidos”.
Colabore
Caso identifique situações de maus-tratos a animais ou cavalos abandonados, acione a Central de Atendimento do GDF pelo telefone 162. O canal funciona de segunda a sexta das 7h às 21h. Aos sábados, domingos e feriados das 8h às 18h.
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