Vitória de Putin encorajaria a China a usar ‘força bruta’ para atingir seus objetivos, alerta a Otan Chefe da aliança diz parceria Beijing-M...
Vitória de Putin encorajaria a China a usar ‘força bruta’ para atingir seus objetivos, alerta a Otan
Chefe da aliança diz parceria Beijing-Moscou representa uma ameaça não apenas para a Ásia e a Europa, mas um "desafio à ordem mundial"
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, alertou na terça-feira (31) durante um evento em Tóquio, no Japão, que um hipotético êxito russo na guerra contra a Ucrânia enviaria uma mensagem “perigosa” aos regimes autoritários ao redor do mundo. Além disso, declarou que os laços entre Moscou e Beijing, autodeclarados aliados “incondicionais”, representam uma ameaça em larga escala. As informações são do site Business Insider.
“Beijing e Moscou estão liderando uma reação autoritária contra a ordem internacional baseada em regras. O Indo-Pacífico enfrenta desafios crescentes, desde o comportamento coercitivo da China até as provocações da Coreia do Norte“, disse Stoltenberg durante coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.
Com a declaração, Stoltenberg dá a entender que a invasão das tropas russas em território ucraniano não representam somente uma crise para a Europa, e sim um “desafio à ordem mundial”, já que pode suscitar alguma inspiração em outras lideranças beligerantes.
“O fato de a Rússia e a China estarem se aproximando e os investimentos significativos da China em novas capacidades militares avançadas apenas sublinham que a China representa uma ameaça. E representa um desafio também para os aliados da Otan”, disse Stoltenberg em uma conferência na Universidade Keio. “A segurança não é regional, mas global”.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan
Para Stoltenberg, uma vitória de Putin sobre Kiev mostraria a governos mão-de-ferro que uma disputa no front de batalha pode ser um jeito de conquistar o que se deseja. “Se o presidente Putin vencer na Ucrânia, isso enviaria uma mensagem de que regimes autoritários podem atingir seus objetivos por meio da força bruta”, afirmou ele.
Tal influência seria particularmente negativa para Pyongyang e na questão espinhosa entre China e Taiwan. “Isso é perigoso. Beijing está observando de perto. E aprendendo lições que podem influenciar suas decisões futuras“, disse o chefe da Otan. “O que está acontecendo na Europa hoje pode acontecer no Leste Asiático amanhã. Portanto, devemos permanecer unidos e firmes. Juntos pela liberdade e pela democracia”.
Embora Stoltenberg avalie que Beijing esteja ao lado de Moscou à frente de uma campanha de “reação autoritária” contra a ordem internacional democrática, ao passo em que reformulou suas forças armadas e desencadeou corrida armamentista na Ásia-Pacífico, a aliança militar não vê a nação mais populosa do mundo como um adversário, tampouco está interessada em confronto – embora mantenha os olhos abertos quanto aos riscos que representam o maior exército permanente do mundo e seu arsenal balístico.
“A China está aumentando substancialmente suas forças militares, incluindo armas nucleares. Intimidando seus vizinhos e ameaçando Taiwan. Tentando controlar a infraestrutura crítica. E espalhando desinformação sobre a Otan e a guerra na Ucrânia”, disse ele.
Segundo Stoltenberg, a Otan continuará a se envolver com a China em áreas de interesse comum, como a mudança climática.
Em fevereiro deste ano, pouco antes do início da guerra na Ucrânia, os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, anunciaram uma parceira “sem limites”, formando assim uma frente consistente para enfrentar o Ocidente. No entanto, Beijing não ofereceu apoio total à guerra de Moscou, focando na promoção de laços políticos e econômicos enquanto o Kremlin era soterrado em sanções.
Nesse contexto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, defendeu sua nação como “uma força para a paz e estabilidade regional e global”. Segundo repercutiu a rede ABC News, ele criticou a Otan por rotular a China como “uma ameaça e por expandir seus laços militares com a Ásia”.
“Gostaria de enfatizar que a Ásia-Pacífico não é um campo de batalha para a disputa geopolítica e não acolhe a mentalidade da Guerra Fria e o confronto em bloco”, disse Mao.
No entanto, a China continua fornecendo à Rússia tecnologia de uso duplo, capaz de ser empregada na indústria de defesa para alimentar a máquina de guerra do Kremlin na Ucrânia. Entre os itens estão semicondutores produzidos com tecnologias, ferramentas e softwares avançados norte-americanos, o que viola sanções ocidentais.
Enquanto isso, a Coreia do Norte também disparou críticas à Otan, especificamente no que diz respeito ao aumento da cooperação entre a aliança militar e os aliados de Washington na Ásia. Para o líder Kim Jong-un, a atitude é a de colocar “botas militares na região”, aumentando potencialmente as tensões na região.
FONTE: AREFERENCIA.COM | EDIÇÃO: TRIBUNA DO BRASIL
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