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Já são mais de 15 mil pessoas desaparecidas com a "Guerra na Ucrânia", e já é considerado o maior genocídio do século

Mais de 15 mil pessoas estão desaparecidas na Ucrânia, diz órgão intergovenamental ICMP montou escritório em Kiev e diz que coleta dados a s...

Mais de 15 mil pessoas estão desaparecidas na Ucrânia, diz órgão intergovenamental
ICMP montou escritório em Kiev e diz que coleta dados a serem usados também em julgamentos de crimes de guerra

A Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas (ICMP, na sigla em inglês), um órgão intergovernamental sediado em Haia, na Holanda, revelou na quinta-feira (24) que mais de 15 mil pessoas estão desaparecidas na Ucrânia desde o início da guerra, no dia 24 de fevereiro. 

De acordo com Matthew Holliday, diretor da entidade para a Europa, não é possível determinar quantas pessoas foram levadas à força para a Rússia, quantas são atualmente prisioneiras das forças de Moscou na guerra, quantas estão vivas, porém separadas de suas famílias, e quantas morreram e foram enterradas em covas coletivas.

“Os números são enormes, e os desafios que a Ucrânia enfrenta são vastos. Além disso, eles estão travando uma guerra contínua também contra a Federação Russa”, afirmou Holliday. “O que é fundamental agora é estabelecer todas as medidas corretas para garantir que o maior número possível de pessoas possa ser identificado”.

Para melhor apurar os casos de cidadãos ucranianos desaparecidos, a ICMP instalou um escritório em Kiev. A entidade está ativa desde os anos 1990, tendo sido criada em meio à guerra dos Bálcãs. Naquela época, usou amostras de DNA para identificar mais de 27 mil das cerca de 40 mil pessoas desaparecidas durante o conflito.

Na Ucrânia, o órgão planeja adotar o mesmo procedimento, ajudando também a coletar provas para eventuais julgamentos de crimes de guerra cometidos pelos russos. “A grande maioria das pessoas desaparecidas, as falecidas, são vítimas de crimes de guerra, e os perpetradores precisam ser responsabilizados”, declarou Holliday.

Um playground em meio à destruição em Saltivka, subúrbio de Kharkiv (Foto: Ashley Gibertson/Unicef)

Os crimes de guerra

Andriy Kostin, procurador-geral ucraniano, afirmou no dia 19 de novembro que estão em andamento investigações a respeito de mais de 45 mil crimes de guerra atribuídos às tropas russas durante o conflito. Segundo ele, foram documentadas 8.311 mortes de civis por forças russas, sendo que 437 das vítimas são crianças. Há ainda mais de 11 mil feridos, tudo isso sem computar os dados dos territórios ocupados.

Inclusive, há dezenas de casos de violação do direito internacional já levados aos tribunais da Ucrânia, com uma sentença emitida: a do soldado russo Vadim Shishimarin, primeiro militar a enfrentar um processo do gênero. Ele foi condenado à prisão perpétua em maio, por matar um civil desarmado no dia 28 de fevereiro.

As investigações de crimes de guerra conduzidas por Kiev contam com o suporte ocidental, que ajuda a financiar os esforços do governo ucraniano e também tem suas próprias equipes em ação. A Alemanha, por exemplo, disse no final de junho que analisa centenas de crimes de guerra possivelmente cometidos por tropas da Rússia.

Na mira das autoridades alemãs não estariam apenas os soldados do exército russo diretamente acusados de tais crimes. Também estariam sob investigação oficiais de alta patente e políticos suspeitos de ordenar os abusos.

Quem atua igualmente nesse sentido é o Tribunal Penal Internacional (TPI), que vê na guerra uma forma de reduzir as críticas recebidas desde sua fundação, há 20 anos. Nesse período, a corte conseguiu apenas três condenações por crimes de guerra e outras cinco por interferência na Justiça.

No início de junho, a Comissão Europeia anunciou que destinaria 7,25 milhões de euros ao TPI, a fim de apoiar as investigações. “Neste contexto, é crucial garantir o armazenamento seguro de provas fora da Ucrânia, bem como apoiar as investigações e processos por várias autoridades judiciárias europeias e internacionais”, disse o órgão na ocasião.

FONTE: AREFERENCIA.COM | EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4

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