Relatório da ONU pede mudança radical para tornar cidades mais seguras para mulheres Centros urbanos não atendem necessidades de segurança e...
Relatório da ONU pede mudança radical para tornar cidades mais seguras para mulheres
Centros urbanos não atendem necessidades de segurança e proteção, sendo assédio sexual e falta de banheiros os maiores problemas
Um relatório publicado em parceria pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Universidade de Liverpool revela que as cidades não foram projetadas com as mulheres em mente, sendo muitas vezes inseguras e hostis. O documento pede ação urgente para remover o preconceito de gênero embutido nas áreas urbanas e melhorar a segurança, a saúde e o acesso a educação e emprego.
Aproximadamente 4,5 bilhões de pessoas, ou 55% da população mundial, vivem em metrópoles, e 50% da população mundial é composta por mulheres e meninas. O estudo mostra que, mesmo que metade da população urbana global seja feminina, as cidades não foram projetadas com elas em mente.
Assim, o relatório pede aos tomadores de decisão, designers e planejadores urbanos que trabalhem para cidades mais inclusivas, seguras e equitativas para as mulheres.
O documento é baseado em experiências de mulheres em todo o mundo, bem como em uma revisão completa de dados e pesquisas, para identificar questões e recomendações com base nos quatro temas críticos: segurança e proteção, justiça e equidade, saúde e bem-estar e enriquecimento e realização.
Mulher anda com máscara de proteção em rua de Nova York, EUA (Foto: Evan Schneider/UN Photo)
As descobertas mostram que uma voz limitada nas decisões de design urbano para as mulheres pode exacerbar e perpetuar as desigualdades nas cidades, apoiadas por estatísticas e pesquisas globais existentes.
As principais questões incluem o assédio sexual em espaços públicos, refletido pelas experiências de 97% das mulheres de 18 a 24 anos no Reino Unido, e a falta de acesso a instalações adequadas, com um terço das mulheres em todo o mundo sem banheiros adequados.
Falta de representatividade
Segundo o levantamento, o preconceito de gênero embutido nas cidades também se reflete na homenagem aos heróis do passado e do presente por meio de monumentos públicos, com apenas 2% ou 3% das estátuas representando mulheres em todo o mundo.
As mulheres não estão bem representadas nas principais decisões que afetam o meio ambiente futuro para todos. Apenas cerca de um em cada sete ministérios do setor ambiental em todo o mundo é liderado por mulheres.
O novo relatório argumenta que, embora as barreiras para que as mulheres entrem em cargos de planejamento, construção e liderança de cidades precisem ser removidas com urgência, mais precisa ser feito para alcançar aqueles que influenciam como as cidades são projetadas agora, para mostrar a importância da responsividade de gênero e como incorporá-la ao trabalho.
Soluções
Focadas em soluções, as recomendações fornecem aos tomadores de decisão e profissionais urbanos as ferramentas necessárias para ir além da mera consulta e envolver ativamente as mulheres em todas as etapas do projeto e planejamento da cidade, desde o início até a entrega.
É importante ressaltar que o relatório também mostra que acelerar a participação das mulheres na governança urbana em todos os níveis é um pré-requisito para o melhor funcionamento das cidades, pois as cidades que funcionam melhor para as mulheres são mais resilientes e inclusivas para todos.
As recomendações examinam todas as necessidades e aspirações das mulheres, bem como a segurança, mostrando como questões como discriminação de gênero, falta de acesso à educação de qualidade e oportunidades de emprego, ou moradia e infraestrutura essencial, afetam negativamente as mulheres.
Também demonstra que o preconceito de gênero embutido nas cidades afeta nossa capacidade de enfrentar as mudanças climáticas, com as mulheres enfrentando uma exposição desproporcional aos riscos climáticos.
O relatório traz sugestões para os principais tomadores de decisão e profissionais urbanos sobre como projetar e planejar áreas urbanas mais inclusivas, seguras e equitativas para as mulheres, o que gera benefícios para todos.
Foram incluídos exemplos de projetos em todo o mundo que obtiveram sucesso ao abraçar a participação das mulheres, como iniciativas em Atenas, na Grécia, Cochabamba, na Bolívia e Bogotá, Colômbia.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela
ONU News
FONTE: AREFERENCIA.COM | EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4
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