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TBR | TELEMEDICINA já é uma realidade no salvamento de vidas no DF

Telemedicina ajuda a salvar a vida de pacientes nas UPAs Serviço que recebe diagnósticos de especialistas e faz a condução para tratamento p...

Telemedicina ajuda a salvar a vida de pacientes nas UPAs
Serviço que recebe diagnósticos de especialistas e faz a condução para tratamento por meio de videochamadas está disponível nas unidade de pronto atendimento de segunda a sexta, das 7h às 19h

Agilidade no diagnóstico e no tratamento adequado para pacientes que chegam com condições clínicas graves às unidades de pronto atendimento (UPAs) é fundamental para salvar vidas. Por isso, os médicos generalistas que atuam nas 13 UPAs do Distrito Federal contam, desde abril de 2020, com o suporte da telemedicina, atendimento médico colaborativo que já auxiliou no tratamento de mais de 3,7 mil pacientes.

“Geralmente, o médico que atua na UPA é generalista, então a consulta feita aos especialistas é importante para fazer o manejo adequado do paciente, evitando deslocamento para um hospital, acelerando o atendimento e, até mesmo, acelerando a alta”
Lucas Cronemberger, cardiologista do Hospital de Base do DF

Trata-se do auxílio de especialistas do Hospital de Base do DF (HBDF) que, por meio de videochamadas, contribuem no diagnóstico e na condução do tratamento desses pacientes. Os dados deste período demonstram que 40% deles têm suspeita de infarto ou insuficiência cardíaca, por isso o serviço expandiu a escala de cardiologistas para todos os dias de funcionamento da telemedicina, ou seja, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

De acordo com o cardiologista Lucas Cronemberger, a cardiologia é fundamental no cenário da telemedicina. “De maneira geral, essas demandas são urgentes e fazem diferença entre a vida e a morte. Então, esse apoio da cardiologia é importante para quem está de plantão e, sem dúvida, permite que o paciente, muitas vezes, possa ser avaliado por um especialista por meio da própria telemedicina, sem a necessidade de transferência para um leito hospitalar, o que demandaria mais tempo”, afirma. Depois dos 40% de atendimentos de cardiologia, estão 26% de clínica médica, seguida da nefrologia, que soma 8% dos atendimentos.

O médico esclarece que, para reforçar ainda mais essa área de atendimento cardiológico nas UPAs, a equipe de cardiologistas da telemedicina começou, em abril deste ano, a laudar os exames de eletrocardiograma, que mostram como está o funcionamento do coração.

“Esse é um exame muito simples de ser feito, mas fornece muitas informações para avaliar pacientes que chegam pela emergência, não apenas aqueles que relatam queixas óbvias cardiológicas, mas com outros sintomas também, contribuindo para definir ou ajustar a conduta do tratamento”, diz.

Especialista do Hospital de Base do DF atende médico plantonista de UPA: demandas urgentes, nas quais a velocidade de atendimento faz grande diferença | Fotos: Davydison Damasceno / IgesDF

Lucas Cronemberger informou, ainda, que foram realizados 283 laudos de eletrocardiogramas em abril, 400 em maio, 716 em junho e 79 nos primeiros cinco dias de julho. “Então, o paciente faz o exame na UPA e o médico solicita o laudo para o cardiologista da telemedicina. Eles sinalizam quais são os laudos que precisam ser emitidos com mais urgência e essa é uma demanda crescente”, ressalta.

Mariela Souza de Jesus, presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF), ressalta a importância do levantamento de dados quanto às demandas da saúde. “Com as informações de que a maioria das necessidades é por atendimentos com cardiologistas, expandimos o número de médicos especialistas na telemedicina. Nefrologistas também são muito requisitados” explica a gestora.

Infraestrutura e suporte

Além da cardiologia, a telemedicina oferece suporte em outras cinco especialidades: clínica médica, nefrologia, neurologia, psiquiatria e infectologia. Para isso, conta com uma central composta por quatro painéis de monitoramento, nos quais é possível fazer videochamadas e também são exibidas informações como prontuário de paciente, status dos chamados, distribuição de solicitações, entre outras. Há ainda computadores com webcams e é possível realizar até cinco videochamadas simultaneamente.

Na central da telemedicina, há quatro painéis de monitoramento, nos quais é possível fazer videochamadas e também são exibidas informações como prontuário de paciente, status dos chamados, distribuição de solicitações, entre outras

A telemedicina também conta com um software que permite o contato direto com as UPAs, sendo que todas elas possuem laptop na Sala de Emergência para que possam realizar as videochamadas. Mas, se for necessário, também é possível fazer o contato a partir de celulares com internet.

O médico na UPA seleciona o caso em que ele tem dúvida quanto à condução do tratamento, insere os dados em um formulário simples, que leva menos de um minuto para ser preenchido, e é enviado automaticamente à central.

“Estudamos o caso e entramos em contato via vídeo com o plantonista da UPA que está atendendo o paciente. Geralmente, o médico que atua na UPA é generalista, então a consulta feita aos especialistas é importante para fazer o manejo adequado do paciente, evitando deslocamento para um hospital, acelerando o atendimento e, até mesmo, acelerando a alta”, ressalta Lucas Cronemberger.

Pedro Henrique Franco, médico plantonista da UPA de Sobradinho que começou a atuar na unidade antes da implantação da telemedicina, considera que a iniciativa melhorou muito a qualidade do atendimento, já que as UPAs são unidades de menor complexidade e não contam com especialistas.

“A telemedicina reduziu muito o tempo que o paciente que estava na UPA aguardava por uma avaliação de especialista. Antes, era necessário transportá-lo de uma unidade para outra. Agora, podemos discutir facilmente em tempo real os casos clínicos com vários especialistas ao mesmo tempo. Ajuda bastante”, avalia.

*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde

FONTE: AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4

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