Um jornalista da emissora pública ucraniana foi morto em 1º de março durante o bombardeio russo à torre de televisão em Kiev.
Os dois americanos foram baleados enquanto dirigiam com um civil ucraniano, que também ficou ferido, disse Danylo Shapovalov, médico de defesa territorial ucraniana que atendeu as vítimas.
Renaud "foi baleado na nuca e morreu instantaneamente", disse Shapovalov.
Um jornalista viu o corpo da vítima, que portava seus documentos de identidade, incluindo uma credencial do New York Times.
Em comunicado, o jornal americano especificou que este jornalista "talentoso" trabalhou lá no passado, a última vez em 2015, mas que não colaborava mais com este veículo na Ucrânia.
- "Continuaram atirando" -
O outro repórter ferido, Juan Arredondo, contou o que aconteceu com eles em um vídeo gravado do hospital para onde foi transferido, postado nas redes sociais.
"Nós fomos filmar os refugiados deixando a área. Entramos em um veículo e alguém se ofereceu para nos levar para o outro lado da ponte", conta.
"Passamos por um posto de controle e eles começaram a atirar em nós. O motorista virou e eles continuaram atirando", acrescentou, sem especificar de que lado os tiros poderiam ter vindo.
As autoridades ucranianas foram rápidas em acusar as forças russas de atirar nos jornalistas, mas não ficou claro imediatamente claro de onde vieram os disparos.
"Estamos consultando os ucranianos para determinar como isso aconteceu", disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente dos EUA, Joe Biden, ao canal norte-americano CBS, chamando a morte de “chocante e horrível”.
Corpo de jornalista americano é encontrado
"As forças russas na Ucrânia devem cessar imediatamente toda a violência contra jornalistas e civis, e quem matou Renaud deve ser responsabilizado", tuitou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York.
Renaud, também escritor, era de Little Rock, Arkansas, segundo o site da Nieman Foundation for Journalism, ligada principalmente à Universidade de Harvard, que lhe concedeu uma bolsa de estudos em 2019.
Além disso, ele trabalhou em vários projetos documentais com seu irmão, Craig, cobrindo tópicos tão diversos quanto a crise dos refugiados na América Central, manifestações políticas no Egito e combate ao extremismo na África e no Oriente Médio.
Ambos ganharam o Prêmio Peabody em 2015 por uma série de documentários sobre uma escola para crianças com problemas em Chicago.
Renaud havia trabalhado recentemente em um protesto do Black Lives Matter em Harrison, Arkansas, conhecido como um santuário de supremacistas brancos. Seu trabalho foi publicado no Boston Globe.
Brent Renaud, jornalista americano morto na Ucrânia, cobriu as guerras do Iraque e do Afeganistão - Documentarista e produtor de TV premiado, o americano Brent Renaud, morto nos arredores da capital da Ucrânia neste domingo (13), tinha experiência na cobertura de diversos conflitos pelo mundo.
Segundo seu perfil no Pulitzer Center, do qual foi bolsista, o jornalista de 50 anos já havia registrado as guerras do Iraque e do Afeganistão, os efeitos do terremoto do Haiti, a disputa entre cartéis de drogas no México e a revolta política no Egito, entre outras situações de risco.
Neste domingo (13), a polícia de Kiev anunciou que o americano havia sido morto em um ataque em Irpin, nos arredores da capital, região que vem sendo alvo de uma forte ofensiva russa.
Em um vídeo gravado em um hospital, o jornalista americano Juan Diego Arredondo diz que estava com Renaud na cidade de Irpin, nos arredores de Kiev, neste domingo (13) e que eles iriam gravar em um campo de refugiados da região. Após passarem por um posto de controle, foram atacados a tiros e Renaud foi atingido. Arredondo, que se feriu, disse que não sabia como estava o colega.
Brent Renaud se dividia entre Nova York e a cidade de Little Rock, no estado do Arkansas.
Ao longo de sua carreira, colaborou com veículos de comunicação como o The New York Times, a HBO, o Discovery Channel e a NBC.
Após sua morte, a polícia de Kiev divulgou que ele era correspondente do Times, mas uma porta-voz do meio de comunicação americano esclareceu que ele não estava na Ucrânia a serviço da empresa e que a confusão ocorreu por ter sido encontrada uma credencial antiga do jornal nos pertences dele.
Renaud costumava trabalhar com o irmão, Craig, com quem fundou a produtora cinematográfica Renaud Brothers. De acordo com a biografia no site da empresa, a dupla passou a última década "contando histórias humanas verídicas dos lugares mais perigosos do mundo", diz .
O último post da produtora no Facebook, de cinco dias atrás, traz uma foto de famílias ucranianas esperando por transporte para fugir do conflito.
Os irmãos Renaud venceram prêmios importantes como Peabody Award, IDA Award, Overseas Press Club Awards, Columbia Dupont Awards e Edward R. Murrow.
FONTE: CATRACA LIVRE - BBN - CNN - CFR - AGÊNCIA BRASIL | EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4
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