Cerimônia ocorrerá em Brasília, no dia 22 de novembro; presidente da República está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL
A assessoria de imprensa do Partido Liberal (PL) confirmou, nesta quarta-feira, 10, a filiação do presidente Jair Bolsonaro à legenda. O martelo foi batido após uma conversa do mandatário do país com o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, preso no escândalo do Mensalão. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto. A cerimônia está programa para o dia 22 de novembro e ocorrerá em Brasília. Costa Neto deve se pronunciar sobre o acerto ainda hoje.
Bolsonaro ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas em entrevista à Rádio Cultura, do Espírito Santo, o presidente da República afirmou que as chances de ingressar no partido do Centrão era de 99,9%. "Hoje vou conversar com Valdemar Costa Neto e acho que devemos bater o martelo. Só tem um pequeno detalhe que envolve São Paulo, que tem 30 milhões de eleitores, é o segundo maior PIB do país, depois da União. Se eu vier a disputar a reeleição, quero ter candidato ao governo de São Paulo, ao Senado e uma bancada de indicados [ao Congresso]. Falta acertar esse pequeno detalhe com o Valdemar, que acredito que acerte hoje", disse.
Na segunda-feira, 8, dirigentes estaduais da legenda foram avisados do acerto entre o presidente da República e Valdemar Costa Neto. O chefe do Executivo federal vinha sendo cortejado pelo Progressistas (PP), comandado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Agora, PL e PP trabalham para avançar em um acordo visando as eleições presidenciais do ano que vem. Neste cenário, os pepistas indicariam o vice para a chapa do mandatário do governante do país.
Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL, partido pelo qual foi eleito no pleito de 2018. Aliados vinham aconselhando o presidente a se filiar ao PL por três motivos. Primeiro, porque o comando da agremiação está concentrado nas mãos de Valdemar Costa Neto – no PP, em contrapartida, há outros caciques, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR). Além disso, há menos arestas a serem aparadas na composição política. No Progressistas, por exemplo, havia forte resistência ao mandatário do país, sobretudo, na Bahia e em Pernambuco. Por fim, no entorno presidencial prevalecia o entendimento de que a aliança com a legenda de Ciro Nogueira já está consolidada. Com o casamento com os liberais, dizem, o eventual segundo mandato do chefe do Executivo federal contaria com o apoio de duas das maiores bancadas da Câmara.
EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4
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