O Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é comemorado anualmente em 1º de maio em diversos países do mundo. O Dia do Trabalho é feriado nacio...
O Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é comemorado anualmente em 1º de maio em diversos países do mundo. O Dia do Trabalho é feriado nacional no Brasil, em Portugal, EUA, Rússia, França, Espanha, Argentina, entre outras nações
Esta data representa o momento que os empregados e as empresas têm para refletir sobre as legislações trabalhistas, normas e demais regras de trabalho. Nesta data também é homenageada a luta dos trabalhadores que reivindicavam por melhores condições trabalhistas. Graças à coragem e persistência desses trabalhadores, os direitos e benefícios atuais dos quais usufruímos foram conquistados. O dia 1º de maio entrou para a história com enormes greves trabalhistas que aconteceram nos Estados Unidos, em 1886
Esta data representa o momento que os empregados e as empresas têm para refletir sobre as legislações trabalhistas, normas e demais regras de trabalho. Nesta data também é homenageada a luta dos trabalhadores que reivindicavam por melhores condições trabalhistas. Graças à coragem e persistência desses trabalhadores, os direitos e benefícios atuais dos quais usufruímos foram conquistados. O dia 1º de maio entrou para a história com enormes greves trabalhistas que aconteceram nos Estados Unidos, em 1886
O primeiro dia de maio marca o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, feriado nacional. Mas a data não é celebrada apenas no Brasil: o Dia do Trabalho também existe em países como Estados Unidos, México, Rússia, Índia, China e em países da Europa Ocidental e da América do Sul.
Mas, afinal, por que comemora-se o Dia do Trabalho em 1º de maio? Descubra, abaixo, a história do feriado e curiosidades sobre ele.
Por que 1º de maio é o Dia do Trabalho?
Esse dia foi escolhido para celebrar o Dia do Trabalho porque em 1º de maio de 1886, houve uma grande manifestação em grandes cidades dos Estados Unidos, como em Chicago. Trabalhadores pediam redução da carga horária máxima diária de trabalho.
Para se ter uma ideia, era comum que, naquela época, as pessoas trabalhassem 100 horas por semana, o equivalente a uma média de 16 horas por dia, em seis dias da semana! Depois das manifestações, a carga horária caiu para 8 horas diárias.
A luta por direitos trabalhistas dos americanos logo ganhou o mundo. Em 1890, os europeus também passaram a fazer manifestações e greves no dia 1º de maio.
Atualmente, o Dia do Trabalho é celebrado em mais de 80 países. Curiosamente, os Estados Unidos celebram o Dia do Trabalho na primeira segunda-feira de setembro. A mudança teria sido feita para que a data não fosse associada a movimentos socialistas - leia mais abaixo.
A greve que fez história em Chicago
Em 1886, trabalhadores se manifestaram em várias cidades dos Estados Unidos, entre elas Nova York, Detroit e Milwaukee. Mas a greve geral de Chicago foi a que mais marcou, devido à repressão e à violência policial.
Chicago viu sua população crescer muito rapidamente. Em 1850, a cidade tinha 30 mil habitantes. Em 1880, o número pulou para 500 mil. Chicago era o principal destino de muitos imigrantes, em especial os alemães, que traziam consigo ideais anarquistas e socialistas de liberdade e justiça social.
Não à toa, Chicago foi palco das maiores greves em 1º de maio. As manifestações duraram alguns dias. Em 4 de maio, cerca de 2.500 manifestantes ocuparam a praça Haymarket, onde fica a assembleia. O slogan bradado pela multidão era "eight-hour day with no cut in pay!" (em português, "oito horas por dia sem redução de salário").
Por volta das 8h30 daquele dia, o prefeito Carter Harrison Sr. foi ouvir os manifestantes e dialogar com eles - dois dias antes, dois grevistas haviam sido mortos pela polícia na porta de uma fábrica, e o prefeito queria resolver tudo o mais pacificamente possível.
Tudo correu bem. Duas horas mais tarde, às 10h30, a conversa terminou. O prefeito e a grande maioria dos grevistas foram embora. Sobraram apenas 200 manifestantes. Eles foram cercados por 170 policiais, que pediram que se retirassem. Diante da negativa, houve confronto.
A partir daí, foi uma confusão geral: uma bomba foi jogada na polícia e houve muita correria. Quatro trabalhadores e sete policiais morreram, e 130 pessoas ficaram feridas.
Nos dias seguintes à tragédia, que ficou conhecida como Massacre de Haymarket, a polícia ocupou vários sindicatos de Chicago, à procura dos manifestantes que estavam envolvidos no confronto. Mais de 100 trabalhadores foram presos, acusados de incitar violência policial.
Oito dos trabalhadores detidos foram processados pelo Estado. Dois deles foram condenados à prisão perpétua, e outro foi encontrado morto na cela. O manifestante Rudolph Schnaubelt, o principal acusado de ter atirado uma bomba contra a polícia, fugiu para a Europa antes de ser julgado.
Em novembro de 1887, quatro dos acusados foram enforcados: os sindicalistas Adolph Fischer, George Engel, Albert Parsons e August Spies.
Seis anos mais tarde, o governador John Altgeld concedeu perdão aos acusados que sobreviveram. Segundo ele, o julgamento tinha sido muito mal conduzido. Artistas da época, como os escritores Oscar Wilde e George Bernard Shaw, também criticaram o julgamento e as condenações.
A vida difícil das estátuas na praça Haymarket
O Massacre de Haymarket é lembrado com estátuas na praça de Chicado. Mas essas obras não tiveram uma vida nada fácil: várias delas foram derrubadas e reconstruídas ao longo dos anos.
O primeiro monumento foi inaugurado em 1889 e foi derrubado por manifestantes em 1927.
A estátua foi reconstruída mas, em 1956. Só que, em 4 de maio de 1968, durante um protesto contra a Guerra do Vietnã, ela foi novamente vandalizada (desta vez, foi pichada de preto). O monumento foi limpo, mas durou pouco: no ano seguinte, manifestantes destruíram a estátua com uma bomba.
Em 4 de maio de 1970, mais uma tentativa: a estátua foi reconstruída e reinaugurada. Durou menos ainda. Em outubro daquele ano, manifestantes derrubaram o monumento.
Em 1972, a prefeitura de Chicago desistiu. A estátua foi removida da praça Hatmarket e foi levada para o escritório central da polícia.
Em 2004, um novo monumento foi inaugurado na praça Haymarket - esse, sim, está lá até hoje. Trata-se de uma estátua marrom de 4,5 metros de altura. Ela retrata manifestantes subindo em uma carroça - em 1886, os grevistas subiram no veículo para falar sobre o direito dos trabalhadores.
Nem sempre é 1º de maio
Embora mais de 80 países celebrem o Dia Mundial do Trabalho em 1º de maio, alguns países decidiram celebrar o feriado em outras datas.
Os Estados Unidos, assim como o Canadá, celebram o Dia do Trabalhador na primeira segunda-feira de setembro. Dizem que a data foi alterada para que o Dia do Trabalhador não fosse ligado a ideais socialistas e anarquistas - aqueles que baseiam as greves em Chicago em 1886.
Na Austrália, o Dia do Trabalho varia de acordo com cada região - cada uma celebra em uma data que marcou a sua história em particular.
Já na Nova Zelândia, o Dia do Trabalho é celebrado na quarta segunda-feira de outubro. Por lá, o feriado lembra a luta dos trabalhadores locais, que haviam conseguido a jornada de oito horas diárias, antes do massacre em Chicago.
O Dia do Trabalho no Brasil
No Brasil, a importância do dia 1º de maio já era reconhecida em 1890, quando a República já estava instituída e a indústria brasileira começava a acelerar.
Nas duas primeiras décadas do século 20, movimentos trabalhistas organizados começaram a se formar, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim como em Chicago, esses movimentos tinham a influência dos imigrantes italianos, que, por virem da Europa, também tinham ideais de liberdade e justiça social.
Em 1917, São Paulo foi palco de uma das maiores greves gerais que aconteceram no Brasil. Os movimentos trabalhistas foram aumentando, e, em 1925, o presidente Arthur Bernardes declarou que 1º de maio seria Dia do Trabalhor, um feriado nacional.
Na época do Estado Novo, regime de Getúlio Vargas, o Dia do Trabalhador virou Dia do Trabalho - uma mudança aparentemente sutil, mas que teve muito significado. A data deixou de ser um dia de luta e era deliberadamente usada para eventos de autopromoção do governo, com festas para trabalhadores e muitos discursos demagógicos.
No dia 1º de maio de 1943, o governo anunciou a criação da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.
O Dia do Trabalho é feriado ou ponto facultativo?
Essa dúvida sempre paira sobre os brasileiros. Afinal, o Dia do Trabalho é feriado mesmo? O comércio fecha? Ou o 1º de maio é ponto facultativo, quando cada empresa escolhe se vai liberar os funcionários ou não?
Pois bem: o 1º de maio é considerado Dia Mundial do Trabalho e é, sim, feriado nacional. Ele está no mesmo balaio de datas como a Independência do Brasil, o feriado de Tiradentes, a Proclamação da República e o Natal.
No Dia do Trabalho, portanto, os serviços públicos não funcionam. Isso inclui, por exemplo, agências bancárias e Correios. O rodízio de veículos também é suspenso.
Já mercados, lojas e shoppings podem funcionar, mas talvez tenham horário reduzido - tudo depende de cada estabelecimento e seus sindicatos.
Mas, afinal, por que comemora-se o Dia do Trabalho em 1º de maio? Descubra, abaixo, a história do feriado e curiosidades sobre ele.
Por que 1º de maio é o Dia do Trabalho?
Esse dia foi escolhido para celebrar o Dia do Trabalho porque em 1º de maio de 1886, houve uma grande manifestação em grandes cidades dos Estados Unidos, como em Chicago. Trabalhadores pediam redução da carga horária máxima diária de trabalho.
Para se ter uma ideia, era comum que, naquela época, as pessoas trabalhassem 100 horas por semana, o equivalente a uma média de 16 horas por dia, em seis dias da semana! Depois das manifestações, a carga horária caiu para 8 horas diárias.
A luta por direitos trabalhistas dos americanos logo ganhou o mundo. Em 1890, os europeus também passaram a fazer manifestações e greves no dia 1º de maio.
Atualmente, o Dia do Trabalho é celebrado em mais de 80 países. Curiosamente, os Estados Unidos celebram o Dia do Trabalho na primeira segunda-feira de setembro. A mudança teria sido feita para que a data não fosse associada a movimentos socialistas - leia mais abaixo.
A greve que fez história em Chicago
Em 1886, trabalhadores se manifestaram em várias cidades dos Estados Unidos, entre elas Nova York, Detroit e Milwaukee. Mas a greve geral de Chicago foi a que mais marcou, devido à repressão e à violência policial.
Chicago viu sua população crescer muito rapidamente. Em 1850, a cidade tinha 30 mil habitantes. Em 1880, o número pulou para 500 mil. Chicago era o principal destino de muitos imigrantes, em especial os alemães, que traziam consigo ideais anarquistas e socialistas de liberdade e justiça social.
Não à toa, Chicago foi palco das maiores greves em 1º de maio. As manifestações duraram alguns dias. Em 4 de maio, cerca de 2.500 manifestantes ocuparam a praça Haymarket, onde fica a assembleia. O slogan bradado pela multidão era "eight-hour day with no cut in pay!" (em português, "oito horas por dia sem redução de salário").
Por volta das 8h30 daquele dia, o prefeito Carter Harrison Sr. foi ouvir os manifestantes e dialogar com eles - dois dias antes, dois grevistas haviam sido mortos pela polícia na porta de uma fábrica, e o prefeito queria resolver tudo o mais pacificamente possível.
Tudo correu bem. Duas horas mais tarde, às 10h30, a conversa terminou. O prefeito e a grande maioria dos grevistas foram embora. Sobraram apenas 200 manifestantes. Eles foram cercados por 170 policiais, que pediram que se retirassem. Diante da negativa, houve confronto.
A partir daí, foi uma confusão geral: uma bomba foi jogada na polícia e houve muita correria. Quatro trabalhadores e sete policiais morreram, e 130 pessoas ficaram feridas.
Nos dias seguintes à tragédia, que ficou conhecida como Massacre de Haymarket, a polícia ocupou vários sindicatos de Chicago, à procura dos manifestantes que estavam envolvidos no confronto. Mais de 100 trabalhadores foram presos, acusados de incitar violência policial.
Oito dos trabalhadores detidos foram processados pelo Estado. Dois deles foram condenados à prisão perpétua, e outro foi encontrado morto na cela. O manifestante Rudolph Schnaubelt, o principal acusado de ter atirado uma bomba contra a polícia, fugiu para a Europa antes de ser julgado.
Em novembro de 1887, quatro dos acusados foram enforcados: os sindicalistas Adolph Fischer, George Engel, Albert Parsons e August Spies.
Seis anos mais tarde, o governador John Altgeld concedeu perdão aos acusados que sobreviveram. Segundo ele, o julgamento tinha sido muito mal conduzido. Artistas da época, como os escritores Oscar Wilde e George Bernard Shaw, também criticaram o julgamento e as condenações.
A vida difícil das estátuas na praça Haymarket
O Massacre de Haymarket é lembrado com estátuas na praça de Chicado. Mas essas obras não tiveram uma vida nada fácil: várias delas foram derrubadas e reconstruídas ao longo dos anos.
O primeiro monumento foi inaugurado em 1889 e foi derrubado por manifestantes em 1927.
A estátua foi reconstruída mas, em 1956. Só que, em 4 de maio de 1968, durante um protesto contra a Guerra do Vietnã, ela foi novamente vandalizada (desta vez, foi pichada de preto). O monumento foi limpo, mas durou pouco: no ano seguinte, manifestantes destruíram a estátua com uma bomba.
Em 4 de maio de 1970, mais uma tentativa: a estátua foi reconstruída e reinaugurada. Durou menos ainda. Em outubro daquele ano, manifestantes derrubaram o monumento.
Em 1972, a prefeitura de Chicago desistiu. A estátua foi removida da praça Hatmarket e foi levada para o escritório central da polícia.
Em 2004, um novo monumento foi inaugurado na praça Haymarket - esse, sim, está lá até hoje. Trata-se de uma estátua marrom de 4,5 metros de altura. Ela retrata manifestantes subindo em uma carroça - em 1886, os grevistas subiram no veículo para falar sobre o direito dos trabalhadores.
Nem sempre é 1º de maio
Embora mais de 80 países celebrem o Dia Mundial do Trabalho em 1º de maio, alguns países decidiram celebrar o feriado em outras datas.
Os Estados Unidos, assim como o Canadá, celebram o Dia do Trabalhador na primeira segunda-feira de setembro. Dizem que a data foi alterada para que o Dia do Trabalhador não fosse ligado a ideais socialistas e anarquistas - aqueles que baseiam as greves em Chicago em 1886.
Na Austrália, o Dia do Trabalho varia de acordo com cada região - cada uma celebra em uma data que marcou a sua história em particular.
Já na Nova Zelândia, o Dia do Trabalho é celebrado na quarta segunda-feira de outubro. Por lá, o feriado lembra a luta dos trabalhadores locais, que haviam conseguido a jornada de oito horas diárias, antes do massacre em Chicago.
O Dia do Trabalho no Brasil
No Brasil, a importância do dia 1º de maio já era reconhecida em 1890, quando a República já estava instituída e a indústria brasileira começava a acelerar.
Nas duas primeiras décadas do século 20, movimentos trabalhistas organizados começaram a se formar, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim como em Chicago, esses movimentos tinham a influência dos imigrantes italianos, que, por virem da Europa, também tinham ideais de liberdade e justiça social.
Em 1917, São Paulo foi palco de uma das maiores greves gerais que aconteceram no Brasil. Os movimentos trabalhistas foram aumentando, e, em 1925, o presidente Arthur Bernardes declarou que 1º de maio seria Dia do Trabalhor, um feriado nacional.
Na época do Estado Novo, regime de Getúlio Vargas, o Dia do Trabalhador virou Dia do Trabalho - uma mudança aparentemente sutil, mas que teve muito significado. A data deixou de ser um dia de luta e era deliberadamente usada para eventos de autopromoção do governo, com festas para trabalhadores e muitos discursos demagógicos.
No dia 1º de maio de 1943, o governo anunciou a criação da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.
O Dia do Trabalho é feriado ou ponto facultativo?
Essa dúvida sempre paira sobre os brasileiros. Afinal, o Dia do Trabalho é feriado mesmo? O comércio fecha? Ou o 1º de maio é ponto facultativo, quando cada empresa escolhe se vai liberar os funcionários ou não?
Pois bem: o 1º de maio é considerado Dia Mundial do Trabalho e é, sim, feriado nacional. Ele está no mesmo balaio de datas como a Independência do Brasil, o feriado de Tiradentes, a Proclamação da República e o Natal.
No Dia do Trabalho, portanto, os serviços públicos não funcionam. Isso inclui, por exemplo, agências bancárias e Correios. O rodízio de veículos também é suspenso.
Já mercados, lojas e shoppings podem funcionar, mas talvez tenham horário reduzido - tudo depende de cada estabelecimento e seus sindicatos.
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