Pressionado, principalmente por parlamentares, chanceler colocou o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro O ministro de Relações...
Pressionado, principalmente por parlamentares, chanceler colocou o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro
O ministro
de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo durante um
encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira
(29). Araújo vinha sendo pressionado, principalmente por parlamentares, que o
criticaram por falhas nas relações diplomáticas que teriam prejudicado a
aquisição de vacinas contra a Covid-19.
No fim de
semana, o chanceler se envolveu em um novo embate com parlamentares, que
complicou ainda mais a situação dele no Itamaraty. Em mensagem postada no
Twitter, ele afirmou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da
Comissão de Relações Exteriores do Senado, cobrou o apoio dele à tecnologia
chinesa do 5G, indicando que este era o real interesse dos parlamentares, e não
as vacinas.
A afirmação deixou senadores revoltados. Kátia Abreu classificou o
ministro como “a face de um marginal”, que viveria “à margem da boa diplomacia,
à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às
instituições”.
Ernesto
Araújo, que pediu demissão do cargo de ministro das Relações ExterioresFoto: CNN (22.set.2020)
Nesta segunda, um grupo de
senadores se preparava para apresentar um pedido de impeachment de
Araújo.
No fim da
manhã, Araújo se reuniu com secretários no Itamaraty. Em seguida, foi ao
Palácio do Planalto e se reuniu com o presidente, com o deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e com Filipe Martins, assessor especial para
assuntos internacionais da Presidência. O chanceler afirmou que não queria ser
um problema para o presidente. Os dois devem voltar a se reunir ainda nesta
segunda.
Auxiliares
presidenciais ressaltam que Bolsonaro ainda não bateu martelo se aceitará
pedido de demissão de Ernesto. Presidente e chanceler devem ter novo encontro
ainda hoje para definir a situação. Expectativa, porém, é de que Bolsonaro
aceite.
Cotados ao cargo
Já há
alguns nomes sendo cotados para o cargo. Da ala militar, o almirante Flávio
Rocha. Do Itamaraty, o embaixador Carlos Alberto Franco França (ex-chefe
do Cerimonial de Bolsonaro); o embaixador Luiz Fernando Serra (embaixador do
Brasil na França); e o embaixador George Firmeza (assessor do almirante Flávio
Rocha).
FONTE: Por Igor Gadelha, CNN
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