Entre janeiro e junho deste ano, o número de ocorrências de estelionato virtual no Distrito Federal aumentou 347% em comparação ao mesmo per...
Entre janeiro e junho deste ano, o número de ocorrências de estelionato virtual no Distrito Federal aumentou 347% em comparação ao mesmo período do ano passado. Devido ao crescimento acelerado destes casos – consequência, principalmente, do período de pandemia de Covid-19 – a Polícia Civil está produzindo e distribuindo virtualmente cartilhas de prevenção aos golpes (veja abaixo). A ideia é alertar a população e evitar que mais pessoas se tornem vítimas das quadrilhas cibernéticas.
Os casos mais frequentes envolvem o aplicativo de mensagens WhatsApp, amplamente utilizado no Brasil – fator que produz um grande número de vítimas, que não possuem um perfil específico, abrangendo pessoas de diversas idades e classes, moradores de diversas regiões administrativas.
A pandemia, aliada à quarentena e ao fechamento do comércio nos primeiros meses, trouxe dois elementos que impulsionaram o aumento dos registros de golpes cometidos: o maior tempo de utilização da internet e o crescimento no número de transações de comércio on-line.
Os meses de abril e maio deste ano apresentaram um pico estatístico no número de casos de estelionato virtual: 624 e 708, respectivamente. Nos mesmos dois meses de 2019 foram registrados 170 e 179 casos.
“As cartilhas foram criadas para alertar as pessoas para estes crimes, que apresentam uma sequência fora da curva da normalidade”, explica o delegado-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlo Zuliani.
Até o momento, a PCDF desenvolveu quatro cartilhas, que tratam dos golpes mais comuns: o do WhatsApp e um do leilão falso. Outra publicação, com informações sobre casos envolvendo sites de comércio on-line fraudulento, já está em produção e deve ser divulgada em breve.
A escolha da divulgação, por meio de WhatsApp e redes sociais, já rendeu bons frutos, como relata o delegado-chefe da DRCC: “As cartilhas já se espalharam tanto que pessoas de outros estados nos procuraram pedindo para registrar ocorrência aqui”, relata Giancarlo.
Prejuízo que gerou lição
Por se tratar de um aplicativo de conversas particulares, o WhatsApp é o alvo mais frequente dos crimes cibernéticos. Foi justamente devido a este caráter privado que o servidor público Henrique Ribeiro virou vítima de um golpe: um criminoso clonou o telefone de um amigo próximo, chamou-o pelo aplicativo e solicitou que Henrique lhe emprestasse a quantia de R$ 3,3 mil, sob a justificativa de que “estava tendo dificuldade para realizar um pagamento para uma pessoa”.
Passado o golpe, o amigo de Henrique entrou em contato com ele avisando da situação sobre seu número de telefone, mas já era tarde. “É o que a gente fala com as crianças: não confie em ninguém que você esteja conversando em jogo, mas no final das contas quem pagou o pato fui eu”, lamenta.
Ficou o prejuízo financeiro e uma lição permanente: “Perdi um pouco daquela espontaneidade, camaradagem. Agora tenho malícia, conversei com meus filhos em relação a isso. Tirei isso de lição pro resto da vida”.
Saiba mais sobre os principais golpes virtuais
WhatsApp
Objetivo do golpe: transferência eletrônica/pagamento de boletos ou obtenção de informações sigilosas
Tipos de abordagem
√ Clonagem total do telefone da vítima, com habilitação da linha em outro chip
√ Transferência e clonagem do WhatsApp por meio de repasse do código de transferência do aplicativo
√ Utilização de foto e nome da vítima, porém em linha telefônica diferente da original
Como evitar
√ Verificação em duas etapas (saiba como ativar)
√ Desconfiar de conversas feitas por números não salvos em sua agenda
√ Não passar dados sigilosos por meio de conversa no WhatsApp
√ Caso precise fazer uma transferência, confirmar com o destinatário os dados por meio de outra plataforma, sem ser o WhatsApp, e checar as informações bancárias repassadas
Sites falsos
Objetivo do golpe: ludibriar pessoas por meio de ofertas ou leilões falsos
Tipos de abordagem
√ Criação de sites falsos com layouts idênticos aos originais
Como evitar
√ Em sua maioria, os sites falsos são hospedados em servidores estrangeiros, que possuem terminação “.com” ou “.com/br”
√ Checar em sites de reclamação on-line se existem protestos por serviços não prestados corretamente pelo endereço indicado
√ Utilizar sites de checagem (conhecidos como “who is”) para verificar a data de criação do endereço indicado. Em sua maioria, sites falsos são novos, criados recentemente
√ Para checar sites brasileiros, acesse este link
√ Para checar sites estrangeiros, acesse este link
Como denunciar golpes de WhatsApp ou sites falsos
Telefone: 197 ou 3207-4892
WhatsApp: (61) 98626-1197
Por e-mail - drcc-atendimento@pcdf.gov.br
Para registrar ocorrência online - https://delegaciaeletronica.pcdf.df.gov.br/
Baixe as Cartilhas clicando nos links abaixo
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