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MUNDO: CONSULADO AMERICANO EM CHENGDU AMANHECEU HOJE COM FORTE SEGURANÇA.

A segurança foi reforçada do lado de fora do consulado dos Estados Unidos na cidade chinesa de Chengdu na manhã deste sábado (25), enquanto ...

A segurança foi reforçada do lado de fora do consulado dos Estados Unidos na cidade chinesa de Chengdu na manhã deste sábado (25), enquanto a equipe que atuava no local se preparava para sair um dia depois de a China determinar o fechamento - uma resposta à ordem dos Estados Unidos para fechar o consulado chinês em Houston, no Texas.


Um emblema do consulado dentro do complexo em Chengdu foi removido, e era possível ver funcionários empurrando carrinhos e vários veículos do consulado entrando e saindo. No exterior, policiais, alguns deles à paisana, bloquearam o acesso à rua.

Vários curiosos caminhavam em frente à entrada do consulado. Alguns paravam para tirar fotos ou gravar vídeos antes de a polícia expulsá-los do local. Os moradores da cidade chinesa expressaram opiniões diferentes sobre o fechamento.

"O que eu mais temo é que os Estados Unidos não vão parar por aí, pode ficar pior", disse o estudante Zhang Chuhan, de 19 anos.

"Eu aprovo. Os Estados Unidos fecharam nosso consulado, acho que deveríamos fechar o deles também", disse um homem que se identificou apenas como Jiang, de 29 anos.

Além da embaixada em Pequim e do consulado em Chengdu, os Estados Unidos têm outros quatro consulados na China continental: Cantão, Xangai, Shenyang e Wuhan - e um no território semiautônomo de Hong Kong.

O consulado americano de Chengdu, na província de Sichuan, inaugurado em 1985, tem 200 funcionários e cobre o sudoeste da China, incluindo a Região Autônoma do Tibete.

A escolha do governo chinês de fechar consulado americano de Chengdu não foi aleatória. Essa era a representação diplomática americana mais próxima da metrópole de Chongqing, importante centro industrial e estratégica comercialmente para a China. Os trens de carga de Chengdu transportam produtos eletrônicos e outras mercadorias pela Ásia e Europa Oriental para os mercados da Europa Ocidental.

Inicialmente, especulou-se que o consulado de Wuhan seria escolhido pelo governo chinês, mas, segundo o jornal "New York Times", ele estava parcialmente desativado desde o rigoroso lockdown imposto em 23 de janeiro na cidade onde surgiu a pandemia do novo coronavírus.

Fechamento de consulado chinês em Houston

O governo americano mandou fechar a embaixada em Houston após dois hackers tentarem roubar informações sobre pesquisas de vacinas, segundo os americanos, a mando de serviços de espionagem do governo chinês. O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que a medida tinha o objetivo de proteger a "propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos".

Na quinta-feira (23), o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que o consulado chinês em Houston era "um centro de espionagem chinesa" e de "roubo de propriedade intelectual".

O gigante asiático considerou o fechamento de seu consulado em Houston uma "medida sem precedentes" e prometeu retaliação. O Ministério das Relações Exteriores chinês antecipou que "se via forçado a responder aos EUA" e avaliou que a medida americana "causou um prejuízo severo às relações dos dois países".

Tensão entre as potências

As tensões entre os Estados Unidos e a China estão aumentando nos últimos meses. O governo do presidente Donald Trump trava uma guerra comercial com Pequim.

A imposição chinesa da nova lei de segurança nacional a Hong Kong, região de interesse comercial americano, levou Trump a suspender o tratamento especial que o país dava ao território semiautônomo. Washington afirma que lei destrói a autonomia da antiga colônia britânica. Pequim acusa os Estados Unidos de ingerência em seus assuntos internos.

Nos últimos meses, Trump culpou a China pela pandemia de Covid-19 e se refere ao Sars-CoV-2 como "o vírus chinês". O mandatário americano acusa o governo chinês de não ter agido com transparência com relação à expansão de contaminações pelo novo coronavírus.

Críticos acusam Trump de tentar desviar das críticas em relação a sua própria forma de administrar o controle da pandemia nos Estados Unidos, que registra o maior número de casos e mortes do mundo. Os dois países são concorrentes no desenvolvimento de uma vacina que combata a doença.

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